O Rio já teve o Rei das Quentinhas que depois foi substituído pelo Rei Arthur, e o esquema de fraude do fornecimento de alimentação para os presos parece não ter fim. Além das quentinhas, foi criada uma nova modalidade, também fraudada, para substituir as cantinas que foram fechadas nos presídios. O nome da maracutaia é “Cesta de Custódia”.

Como funciona: o familiar de cada preso pode adquirir, no máximo, o equivalente a um salário mínimo por semana e o mínimo de R$60,00, também por semana. Para adquirir as “Cestas de Custódia” os parentes acessam uma página chamada cesta online (Confira aqui), onde são direcionados para duas empresas. Somente duas.

A primeira delas é a Cassarotti Foods Serviços de Refeições Coletivas e Eventos LTDA, localizada na Avenida Brasil, nº3.487, no bairro de Bangu. A outra empresa chama-se Locasem Serviços de Limpeza Manutenção e Alimentação LTDA, localizada na Estrada Velha do Pilar, s/nº, quadra 9, lote 7, bairro Figueira, em Duque de Caxias e possui um capital social de R$ 2 milhões. Ocorre que seus sócios, Marco Antônio Moreira da Silva e Luciane Câmara Milan, parecem donos de fachada pois suas residências em Caxias são paupérrimas, feitas com telhas de amianto, como mostram as fotos abaixo. A primeira de Marco Antônio, a segunda de Luciana.

Outro fato estranho da empresa Locasem é que sua sede informada junto aos órgãos oficiais, é um estacionamento do Supermercado Rede Economia. Ou seja, está claro que esta é uma empresa de fachada.

Ao fazer o pedido de uma das Cestas de Custódia, imediatamente é informado o presídio onde o detento receberá os produtos adquiridos por sua família. Como o Estado tem mais de 50 mil presos, o faturamento de milhões de reais cobrados das famílias vai para o bolso dos proprietários da Cassarotti e da Locasem. Mas a Locasem não tem sequer meios eletrônicos nem físicos para a distribuição das Cestas de Custódia. Todo o serviço é feito pela Cassarotti, que foi obrigada a permitir que a Locasem fosse vencedora do certame junto com ela. A Locasem vem praticando todo tipo de irregularidade sem ser punida. Veja nas fotos abaixo as drogas e celulares encontrados dentro das quentinhas distribuídas pela Locasem nos presídios. À época, a Cassarotti, que fazia o serviço para a Locasem, não sofreu nem investigação.

No dia 17 de setembro de 2023, no Presídio Nelson Hungria, em Bangu, aconteceu a maior apreensão de aparelhos celulares e substâncias entorpecentes dentro de centenas de quentinhas que deveriam ser alimentação. O policial penal que realizou o serviço e que deveria ser digno de elogio em ficha funcional, quase foi punido e ainda foi alertado que não se metesse naquele assunto, pois “os donos da Locasem trabalham no Palácio Guanabara.” É incrível!

Mesmo diante de todos esses fatos e dos milhões repassados pela Cassarotti via Locasem a dois integrantes do primeiro escalão do governo estadual, ninguém toma providências. A secretária Maria Rosa sabe de tudo mas não tem força para impedir que a safadeza continue. Será que no Rio não existe Ministério Público Estadual ou Federal? Será que no Rio não existe Polícia Civil ou Federal? Será que o Ministério da Justiça, que envia milhões através do Fundo Penitenciário Nacional, não vai tomar uma providência?

Tem coisa muito pior, eu vou revelar em breve. Aguardem...

“O careca de Tróia está em pânico”

Diante da roubalheira na SEAP fica difícil responder à seguinte pergunta: Onde estão os maiores bandidos do Estado, nos presídios ou nos palácios?

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