Quero agradecer as inúmeras manifestações de solidariedade que tenho recebido desde ontem, quando este blog divulgou a decisão da juíza Ana Paulo Pontes Cardoso, da 31ª Vara Cível condenando a REVISTA VEJA e os jornalistas Ronaldo França e Ronaldo Soares que escreveram a matéria mentirosa e ofensiva à minha honra.

É claro que três anos e meio, após a divulgação falsa que eu havia alugado um avião de um traficante, condenar a revista e os autores da matéria não repara integralmente o prejuízo que me foi causado. Principalmente pelo fato que a divulgação da revista ocorreu no mês de maio, próximo à convenção do PMDB que iria homologar o meu nome como candidato à presidência da República, como vencedor das prévias do partido.

Como diz a juíza em sua sentença: “desenhado na capa da revista à semelhança de um demônio e a matéria contida no interior daquela revista ofendem a honra subjetiva e objetiva do autor. Não se limitando a relatar fatos, mas sim ilustrando-os com figura que causa repulsa (demônio) e aproximando sua pessoa de um criminoso.”

Em outro trecho a juíza afirma que “ainda mais grave é a estampa da foto do autor desenhado como diabo na capa da revista porque envolve juízo de valor sobre a pessoa, no qual a ré não está autorizada a fazer desrespeitando inclusive convicções religiosas”. Ela afirma ainda que “além de inverídicas as afirmações, a liberdade de imprensa não pode chegar ao nível do desrespeito e da chacota ao ser humano, principalmente tratando-se de um homem público, candidato à época a presidente da República. Há que se limitar as matérias jornalísticas aos fatos comprovadamente verdadeiros. A ré (REVISTA VEJA) fez irregular exercício do direito de informação, agindo em prejuízo de interesses legítimos, cabe-lhe agora o dever de reparar o dano à imagem do autor, já que noticiou fatos infamantes, com a pretensão de ofender ou macular a honra dele.”

Conforme se vê, a juíza percebeu claramente que a revista manipulou a reportagem com fins políticos. Na semana anterior, o DATAFOLHA havia publicado pesquisa apontando o meu crescimento e queda de Geraldo Alckmin e muitos analistas já apontavam que o 2º turno seria disputado entre mim e Lula. A VEJA agiu como sempre age: para defender o tucanato paulista.

Mais grave ainda foi a comprovação de que os repórteres da REVISTA VEJA sabiam que estavam publicando uma mentira, porque tinham as informações dadas pelo DAC(Departamento de Aviação Civil) e mesmo assim o fizeram, conforme ficou demonstrado no processo.

Ainda corre outra ação, em outra vara contra a mesma revista e as ORGANIZAÇÕES GLOBO. No dia em que a matéria foi publicada, a TV GLOBO fez dezenas de chamadas para o Jornal Nacional em tom sensacionalista com o seguinte apelo: “Veja logo mais no Jornal Nacional: Ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, pré-candidato do PMDB é acusado de viajar em avião de traficante”. A matéria durou mais de 10m, foi reprisada no Fantástico e teve dias seguidos de desdobramento no jornal O GLOBO.

Agora vejam quanto cinismo. Em sua defesa prévia, os veículos das ORGANIZAÇÕES GLOBO apenas divulgaram fato divulgado pela REVISTA VEJA, que não têm responsabilidade com o conteúdo da informação, que apenas divulgaram o referido fato para dar ciência à população, de fato considerado por eles relevante.

Vamos até o fim. Após provar que a VEJA mentiu e que jamais viajei em avião de traficante algum vamos lutar na justiça para que as ORGANIZAÇÕES GLOBO também sejam condenadas a dar o mesmo espaço que concederam para a mentira, a fim de que a verdade seja restabelecida.

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