Ciente das pesquisas internas que apontam o meu nome disparado na preferência do eleitorado fluminense para o Governo do Estado, e de Rosinha para o Senado, as “Organizações”, como gostam de ser chamados os veículos da Globo acionaram imediatamente seus aliados dentro das instituições que passaram oito anos sem ver nada no governo Cabral. Afinal o Globo, como mostramos há dias, tem horror a políticos que tenham opção pelos trabalhadores.
Vejam que coisa interessante. Hoje fui informado do acórdão que condenou a ex-governadora Rosinha na 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. Não pensem que estou delirando. Os fatos que vou narrar abaixo são reais.
No ano de 2004 o Globo vinha movendo uma campanha covarde contra quatro programas do governo estadual: Restaurante Popular, Farmácia Popular, Cheque Cidadão e Emergência em Casa. Diante da campanha indecente movida pelas Organizações Globo contra os programas sociais do governo Rosinha, e após a publicação de um editorial com o título “Além dos limites”, o Governo do Estado, de forma institucional, publicou uma nota oficial esclarecendo a população sobre a real importância dos programas para a população trabalhadora do nosso estado. Acreditem, o Ministério Público Estadual entrou na Justiça pedindo que a então governadora Rosinha Garotinho e seu secretário de Comunicação, Ricardo Bruno fossem condenados a perda dos direitos políticos, por, segundo eles, usar o dinheiro público para atacar a credibilidade do jornal O Globo. Em primeira instância, o juiz deu ganho de causa ao governo estadual, rejeitando a proposta do MP Estadual por acha-la totalmente descabida. Não satisfeito, o MP Estadual que devia defender os programas sociais recorre contra a decisão de primeira instância, e então consegue, 13 anos depois, a condenação provisória (cabe recurso) contra a ex-governadora e seu secretário de Comunicação.
Leiam os senhores e percebam alguns detalhes. Em momento algum há promoção pessoal da governadora ou do secretário, a nota é assinada pelo Governo do Estado. O ataque ao Globo, que o MP Estadual considera que houve é a simples reprodução do Código de Ética do próprio jornal, que é reproduzido na nota do Governo do Estado, que destaca em uma das partes, que “o jornal tem a obrigação de respeitar o direito de defesa dos acusados”.
“O GLOBO ALÉM DOS LIMITES
Diante da linha editorial agressiva do GLOBO, o Governo do Estado do Rio de Janeiro tem agido no estrito respeito à liturgia imposta pela conveniência democrática de opiniões divergentes sobre políticas públicas. Mas o editorial "Além dos limites", publicado pelo jornal na edição de ontem, transpõe a fronteira da crítica e avança sobre o terreno da injúria e da torpeza. Faz pior: na sua pretensão de açoite definitivo, exala desprezo pela instituição do voto, cheira a cacoete golpista, recende a sabujice intervencionista.
A indignação do governo frente à agressão tão desproporcional impõe uma resposta, em respeito aos leitores do GLOBO e à população do Estado:
• O governo não autoriza o uso político-eleitoral de seus programas sociais, mas não vai suspendê-los, em prejuízo da população carente, apenas porque parecem ofender uma elite que se mantém à custa da exclusão de milhares de cidadãos.
• Os programas que essa mesma elite desqualifica e chama de clientelistas são, na verdade, instrumentos urgentes, legítimos e necessários de inclusão social e de distribuição de renda, amplamente apoiados pelos cidadãos que deles se beneficiam, como demonstram pesquisas de opinião feitas com os usuários. Em recente consulta feita pelo lbope, o Restaurante Popular teve 90% de aprovação e a Farmácia Popular e o Emergência em Casa obtiveram 88%.
• Democracia não se faz com a preservação de privilégios das elites e do chamado quarto poder — a imprensa que as representa. Democracia se faz com direitos iguais — desde os mais fundamentais, como alimentação, medicamento, casa própria — para todos os cidadãos, inclusive para os que não lêem os jornais.
• Essa parte da imprensa cinicamente "chocada" com o que chama de clientelismo, a ponto de mover campanhas e publicar editoriais com senhas golpistas, é a mesma que silenciou, se omitiu e apoiou as maiores barbaridades cometidas neste país contra a democracia, durante a ditadura militar. É a mesma que se habituou a fazer da manipulação da informação instrumento de poder e de sustentação da classe dominante.
• Porque apoiou a ditadura militar, O GLOBO silenciou sobre os abusos cometidos naquela época. Porque apoiava Fernando Collor, forjou a sua imagem e mentiu para a opinião pública. Porque não apóia o governo do estado, falseia os fatos: superdimensiona notícias negativas, engendra acusações sem provas, acolhe fontes sem legitimidade. Quando julga necessário, mente, como demonstra a sua seção de cartas, na mesma página do editorial, em que o candidato a prefeito de Niterói que tem apoio do governo do estado revela que uma declaração sua contra o PT foi distorcida e publicada como se ele tivesse dirigido à governadora.
• As manipulações grosseiras dos fatos e as sentenças antecipadas à revelia da Justiça também não contribuem para a saúde da democracia que o GLOBO alega defender. O jornal vai além dos limites da lassidão ética quando rasga o seu próprio Manual de Redação para sustentar campanha contra o governo do estado. Elaborado para pautar o comportamento ético de seus repórteres e editores, o manual proíbe acusações sem provas, veta a reprodução de denúncias feitas por adversários interessados, proclama o inalienável direito de defesa dos acusados e estabelece limites que o jornal, a pretexto de contribuir para a democracia decidiu agredir.
• A simples reprodução de três itens do Manual de Redação do GLOBO é a melhor crítica que se pode fazer à atitude do jornal:
"Como não há denúncias gratuitas — e poucas são inocentes — a mais salutar atitude em face do denunciante, para começo de conversa, é a desconfiança, que deve presidir o exame: 1) da credibilidade de quem denuncia; 2) da verossimilhança do que ele conta; 3) das vantagens ou do prazer que lhe dará a publicação das acusações".
"Quase toda denúncia está associada a um interesse ostensivo, ou oculto, de quem denuncia. Mesmo sendo um interesse legítimo, isso é suficiente para pôr a informação sob suspeita e exigir do jornal cuidados na sua divulgação — principalmente porque, como já foi dito, dar o nome de quem acusa não elimina a responsabilidade de quem divulga a acusação."
"Valem em relação às denúncias do jornal a obrigação de respeitar o direito de defesa dos acusados e comprovar a denúncia de todas as formas possíveis. É norma elementar de cautela não divulgar acusação à qual falte comprovação fornecida por pelo menos duas fontes independentes. Investigar é descobrir verdades, o que vai muito além de colecionar queixas e acusações".
• Até quando O GLOBO vai ignorar o seu próprio código de ética?
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO”
Publicado em 23/10/2004
Fls. 5, do Jornal O Globo
Objeto da ação: o Réu RICARDO BRUNO, ex-Secretário de Estado de Comunicação Social do Estado do Rio de Janeiro, agindo com a conivência da então Chefe do Governo do Estado do Rio de Janeiro, a Ré ROSÂNGELA ROSINHA GAROTINHO BARROS ASSED MATHEUS DE OLIVEIRA, determinou a publicação, às custas dos cofres estaduais, de "informe publicitário" desprovido de "caráter educativo, informativo ou de orientação social", com o intuito de atacar a credibilidade de um órgão de imprensa que criticava o uso eleitoral dos programas assistenciais do governo.
Bem, sobre o Globo os leitores deste blog sabem muito bem o que eu penso.
Também hoje, a Procuradoria Regional Eleitoral me envia ofício, informando que pretende instaurar “procedimento preparatório eleitoral” a fim de apurar propaganda eleitoral antecipada, que teria sido feita no meu programa da Rádio Tupi, Fala Garotinho, no dia 2 de maio, alegando que ouvintes teriam pedido a minha volta ao Governo do Estado, e que eu, em algum momento do programa, falei das realizações que fiz como governador.
Gostaria de esclarecer alguns fatos.
1 – Nunca disse que sou candidato a governador ou a cargo algum.
2 – Também não posso impedir que diante da catástrofe dos governos Sérgio Cabral / Pezão, as pessoas espontaneamente, mesmo à revelia da minha vontade, querem que eu me candidate.
3 – A lei eleitoral é clara: “Não constitui propaganda eleitoral antecipada a divulgação de realizações passadas, desde que não haja pedido explícito de voto, inclusive indicando o cargo a que pretende concorrer”.
4 – Ora, comentar num programa que eu fiz o saneamento do Jardim Catarina, em São Gonçalo, ou comentar com ouvinte, que estou triste com o fechamento dos Restaurantes Populares, ou ainda lamentar o abandono das Delegacias Legais, não constitui crime algum, nem há previsão legal para isso.
Entendo o sentimento hoje predominante nas Organizações Globo. Querem justificar a qualquer custo a “cegueira” que tiveram durante o governo Cabral. Não viram a roubalheira de Sérgio Côrtes na Saúde. Não viram as obras superfaturadas do Maracanã, do Metrô, do Arco Rodoviário, do PAC das Favelas. Não viram as viagens constantes do governador a Miami, Nova Iorque, Londres, Paris, e muito menos o vertiginoso enriquecimento da quadrilha que assaltou o Estado.
O Globo e seus aliados de sempre estão preocupados com uma nota oficial que o Governo Rosinha em 2004 e com o apelo de um ouvinte da Rádio Tupi para que eu seja candidato a governador. A situação é tão patética que eu, diante dos fatos, só posso agradecer a audiência dos procuradores do Ministério Público e dos jornalistas da Globo, que se somam aos 287 mil ouvintes por minuto, que o meu programa alcançou no mês abril, segundo a pesquisa divulgada há dois dias pelo IBOPE.
Mas quero tranquilizar ao Globo e seus aliados históricos contra os trabalhadores. Estou cuidando da minha vida profissional, e embora todos os meus direitos políticos estejam preservados e me garantam uma candidatura ao Governo do Estado ou a qualquer cargo, não parei nos últimos meses nem para conversar sobre esse assunto. Portanto, o Globo e seus aliados de sempre deveriam se preocupar com coisas mais importantes, como, por exemplo, descobrir como Adriana Ancelmo, a ex-primeira-dama do Estado, mesmo presa em Bangu e com as contas bloqueadas, conseguiu sacar R$ 1,2 milhão, segundo ela para suas despesas familiares.
Ah, ia me esquecendo. Semana passada, uma missão do MP da França esteve no Rio investigando a compra dos votos para que o Rio de Janeiro sediasse as Olimpíadas. Entre os muitos possíveis envolvidos está a TV Globo. Bem, mais isso os veículos da Globo não vão noticiar.