Questionado hoje à tarde por repórteres sobre a origem dos US$ 8 milhões depositados no Panamá, em duas empresas que estão em nome de seu pai, mãe e irmã, o prefeito do Rio partiu para o ataque: “Papai sempre foi um homem rico, um advogado de sucesso”. Primeiro problema para Paes, as firmas só foram abertas respectivamente nos dias 12 e 19 de julho de 2008, depois que ele foi secretário de Esportes de Sérgio Cabral e em plena campanha para a Prefeitura do Rio. Toda essa riqueza até então devia estar escondida embaixo do colchão.
Segundo problema: Eduardo Panamá reconheceu a existência de uma empresa no exterior, mas não sabia dizer nem quanto o pai tinha, nem em que país e negou de forma veemente a participação da mãe e da irmã. Os documentos obtidos em cartório não deixam dúvida: é no Panamá, paraíso fiscal, local usado para lavagem de dinheiro. Aliás, se o dinheiro fosse limpo que mal teria o pai de Eduardo Paes depositá-lo em bancos brasileiros.
Terceiro problema para o prefeito: são duas empresas não há a menor dúvida, os documentos são incontestáveis e a complicação maior é que o administrador nomeado pelo pai de Eduardo Paes é o mesmo usado pelo hotel St. Peter que pretende empregar José Dirceu.
Quarto problema: se está tudo legal não há problema que eu como deputado federal solicite à Polícia Federal e à Receita Federal que investiguem a origem do dinheiro. Eduardo hoje acusou minha filha, a deputada estadual Clarissa Garotinho de ter vazado os documentos para a imprensa. É mentira! Mas que diferença faz se foi ela ou outra pessoa. O que importa é a origem dos R$ 20 milhões depositados pela família Paes no Panamá.
Por último Eduardo Paes diz que sempre foi rico e que diferente da família Garotinho não enriqueceu na política. Prefeito minha declaração de bens está à sua disposição. Sua, da polícia e da Receita Federal. Minha vida já foi vasculhada várias vezes por perseguição política e nunca encontraram nada porque minha visão não é de fazer patrimônio na política. Hoje, Paes estava impossível. Falam algumas pessoas próximas que ele estava tomando um Rivotril por hora. E soltando desaforos com todo mundo, parecia o Félix, nervoso e descontrolado dizendo que “salgou a Santa Ceia”.