Henrique Eduardo Alves fala aos parlamentares fluminenses no almoço de ontem
Henrique Eduardo Alves fala aos parlamentares fluminenses no almoço de ontem


Muitos leitores do blog questionaram minha presença no almoço organizado por Eduardo Paes e Sérgio Cabral com a bancada federal do Rio em apoio à candidatura de Henrique Eduardo Alves à presidência da Câmara. Cabe uma explicação.

No ano de 2007 houve eleição para a executiva nacional do PMDB da qual eu era secretário-geral sendo Michel Temer o presidente. Apresentaram-se duas chapas para a disputa, uma liderada pelo ex-ministro Nelson Jobim e outra pelo atual vice-presidente da República, Michel Temer. Cabral resolveu apoiar Jobim, inclusive já como governador patrocinando sua visita ao estado. Na época Temer era oposição ao governo e Jobim era ministro de Lula.

Me posicionei ao lado de Temer, aliás como a maioria do PMDB. A campanha de Jobim foi um fiasco tão grande que ele desistiu da candidatura deixando Cabral no meio da estrada. Na hora da montagem da chapa única a ser aclamada em convenção Cabral deu um golpe. Escalou o então deputado federal Nelson Bornier para em nome da bancada fluminense dizer que o representante do Rio de Janeiro na executiva nacional não seria mais o meu nome. Com a caneta na mão, Cabral tinha o apoio da maioria dos deputados federais fluminenses. Temer tremeu, e eu quase fui rifado da executiva nacional do PMDB.

Quando estava praticamente definido que eu seria substituído por um nome indicado por Cabral foi o deputado Henrique Eduardo Alves que levantou a voz e disse: "Alto lá! Garotinho estava apoiando nossa chapa. Cabral apoiava Jobim. Não se frita aliados dessa maneira". Temer então alegou que não dava para ter dois representantes do Rio de Janeiro na executiva nacional. Foi então que Henrique Eduardo Alves conciliou sugerindo que tirassem a vaga do seu estado, Rio Grande do Norte para colocar meu nome. E foi o que aconteceu.

Quem me conhece sabe que tenho defeitos como todas as pessoas, mas não sou ingrato. Não iria deixar de comparecer ao almoço em favor de quem foi correto em seu posicionamento político comigo porque o ato foi organizado por Sérgio Cabral e Eduardo Paes. Não estava lá por causa de Cabral, nem Eduardo Cunha ou alguma outras pessoas que me causam náuseas. Compareci por gratidão a alguém que quando Cabral se elegeu governador não voltou as costas para mim como a maioria dos presentes no almoço.

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