Roberto Marinho com o general Costa e Silva; de braço dado com o general João Figueiredo; e com Antônio Carlos Magalhães, nos tempos da ditadura militar
Roberto Marinho com o general Costa e Silva; de braço dado com o general João Figueiredo; e com Antônio Carlos Magalhães, nos tempos da ditadura militar



Daqui a pouco (19h), tem festa de gala no Palácio da Cidade, sede da prefeitura. Eduardo Paes é o anfitrião do coquetel de lançamento do documentário "Roberto Marinho - O senhor do seu tempo", que conta a vida do todo-poderoso fundador das Organizações Globo. Lá estarão confraternizando os mesmos de sempre, Paes, Cabral, Picciani, Paulo Melo, os Sarney, os Marinhos, jornalistas amigos, empresários poderosos, aliás, o patrocínio do documentário como não poderia deixar de ser é de um banco, o Bradesco, e outras figuras poderosas.

O documentário segundo li será distribuído em DVD para escolas públicas, será para eternizar “o mito do jornalista Roberto Marinho”? Mas uma coisa é certa o título faz jus ao poder que o doutor Roberto Marinho teve principalmente durante a ditadura militar, que apoiou, e que em troca lhe concedeu as benesses e concessões que lhe permitiram levantar o império das Organizações Globo.

Confesso que não estou interessado em assistir o documentário, mas lendo a resenha no Globo online cheguei a dar uma gargalhada. Segundo está lá, o documentário vai mostrar que Roberto Marinho também enfrentou a ditadura militar. Não, eu não escrevi errado, é isso mesmo. Vão mostrar que um dia, o doutor Roberto virou-se para o ministro da Justiça e disse: “dos meus comunistas cuido eu” numa referência aos jornalistas de esquerda da redação de O Globo; e que teve a coragem de escrever um editorial reclamando da censura à novela Roque Santeiro. Grande adversário da ditadura!

Aliás, pelo que li, o documentário não faz justiça a Roberto Marinho em uma das suas qualidades, que não é devidamente mostrada: a esperteza para fazer negociatas. Poderiam mostrar na trajetória do “doutor Roberto”, como ele conseguiu passar a perna em todo mundo e comprar a TV Globo de São Paulo com uma procuração falsa.

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