Publicado originalmente em 20/10/2010
É estarrecedora a mais nova jogada entre Cabral e as Organizações Globo. Passadas as eleições e após a tournée européia, Cabral volta ao Rio direto para assinar a liberação de R$ 24 milhões para a Fundação Roberto Marinho. Nada mais importante para o governador do que agradar os seus parceiros eleitorais e compensá-los por toda a ajuda.
O pretexto foi um convênio do governo do Estado com a Fundação Roberto Marinho que vai construir no Cais do Porto, o Museu do Amanhã. O prefeito Eduardo Paes já tinha sido muito generoso entrando com R$ 106 milhões para a fundação da família Marinho.
Mas o mais absurdo é que esses R$ 24 milhões, como podem comprovar abaixo, na reprodução do site da assessoria de comunicação de Sérgio Cabral, vêm do FECAM (Fundo Estadual de Conservação do Meio-Ambiente). Isso é verba que deveria estar sendo usada em obras de contenção de encostas, dragagem de rios, prevenção de enchentes. Todos se lembram das recentes tragédias no Morro do Bumba, em Niterói; em Angra dos Reis; na Ilha Grande. Mas essa verba está sendo desviada para a Fundação Roberto Marinho, leia-se Organizações Globo.
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Reprodução do site da Assessoria de Comunicação do Governo do Estado |
Cabral alega, seria para rir se não fosse trágico, que a sua “contribuiçãozinha” de R$ 24 milhões é porque o Museu do Amanhã vai abordar a questão do desenvolvimento sustentável. Nós podemos imaginar o que vai sustentar...
É um escárnio com o povo do Rio de Janeiro. Depois das últimas tragédias nada está sendo feito para prevenção efetiva para o próximo verão. Aliás, vou pedir à nossa bancada da ALERJ para levantar quanto está sendo gasto este ano, na prevenção das enchentes.
Como podem ver na foto acima, o “alto-comando” de Cabral foi todo pedir a benção da família Marinho, representada por José Roberto Marinho. A ironia na foto acima, é que nas duas pontas da foto, estão Marilene Ramos, secretária do Ambiente, e Régis Fichtner, que a quatro mãos, fizeram o famigerado decreto que liberou as construções irregulares em Angra e na Ilha Grande e que ficou conhecido pelos ambientalistas como Decreto Luciano Huck, porque beneficiou a mansão construída ilegalmente pelo apresentador de TV.
Cabral usa a verba que seria para salvar a vida de pessoas para beneficiar a Fundação Roberto Marinho. Pessoas estão morrendo por falta de vagas nos CTIs, os hospitais abandonados, e Cabral chega ao Rio, preocupado é em liberar verba para a Fundação Roberto Marinho. É vergonhoso! Vamos de mal a pior!