Nessa entrevista ao Nosso Jornal o ex-governador Anthony Garotinho esclarece situações importantes e afirma que está preparado para tirar o Estado do Rio da falência, como fez em 1999 após o Governo Marcello Alencar, e que suas 3 prisões no ano passado foram uma vingança do grupo de Sérgio Cabral e Picciani pelas denúncias que fez à Procuradoria da República em Brasília.
Com seu estilo contundente e firme ele desafia seus adversários "mostrem uma fazenda, uma mansão, conta no exterior ou qualquer sinal de enriquecimento ilícito da minha parte. Não mostram, pois não existe, minha honestidade já foi testada e comprovada."
O senhor disputará a próxima eleição?
Sim, serei candidato a Governador. Com respeito aos demais pretendentes, nenhum dos nomes colocados tem o conhecimento para tirar o estado dessa situação de calamidade e descontrole que Cabral e PEZÃO meteram o Rio. É preciso preparo, conhecimento e maturidade. Estou pronto para esse desafio.
O plano de recuperação fiscal assinado por PEZÃO e TEMER é a solução?
É um desastre. A maioria das pessoas nem leram o plano. Não sabem que amarra o crescimento do estado, massacra ainda mais o funcionalismo e aumenta violentamente o endividamento do Estado. É de uma irresponsabilidade total, será necessário renegociar a dívida do Estado e construir uma nova solução, como fizemos em 1999. Mas a vantagem do Rio é que temos um potencial extraordinário.
Com tantos problemas vai começar por onde?
A situação fiscal do Estado é o ponto central. Acabar com a farra dos incentivos, da sonegação e da corrupção. Creio que renegociando a dívida pública e os contratos com os fornecedores rapidamente retornaremos a capacidade de investimento em segurança, educação e saúde e articularemos com os municípios uma nova rede de proteção social, com programas voltados a complementação de renda, apoio às famílias com dependentes químicos, e principalmente a volta das farmácias e restaurantes populares. É urgente salvar nossas universidades e a FAETEC, destruídas por Cabral e PEZÃO. Há muita coisa por fazer, mas primeiro é necessário coragem para romper com as máfias infiltradas no ESTADO para voltarmos a crescer e investir. Ainda falta muita gente ser presa e o patrimônio ser restituído ao estado.
Quem?
Com certeza o atual Governador PEZÃO, o ex-prefeito Eduardo Paes, pelo menos duas dezenas de deputados estaduais, muitos empresários e ex e atuais prefeitos. A Lava Jato no Rio é um poço profundo, muita água ainda vai rolar.
O senhor não teme que sua prisão prejudique sua campanha?
Está claro para a população que a perseguição contra mim tem origem no grupo do ex-governador Sérgio Cabral e em setores que denunciei e ainda não foram alvos de investigação. Querem me calar, me intimidar, mas não conseguirão.
O PR destituiu a direção estadual. E agora?
A vida segue. As pessoas sabem que sou nacionalista, trabalhista, um humanista preocupado com o povo. Fui para o PR porque os partidos no Estado foram em sua grande maioria comprados por Cabral e Paes. O povo sabe quem é quem, os políticos é que estão preocupados com os partidos, o povo quer saber do seu trabalho, da escola dos seus filhos, do trem que não funciona, do preço caro das passagens de ônibus, dos hospitais onde falta tudo, da guerra que estamos vivendo nas ruas de todas as cidades do Estado. O sofrimento e a falta de esperança nunca foram tão grandes.
Mas sem partido não dá para disputar a eleição?
É verdade, mas não vou vender meus princípios a nenhuma sigla. Apesar de ter 57 anos, continuo acreditando em valores, princípios, em um país justo, a desigualdade no Rio é um desafio enorme que precisa de um administrador que tenha a capacidade de olhar as pessoas além das estatísticas, são milhares de jovens que estão sem rumo, sem sonho. É principalmente por eles que sou candidato.
Mas vai para qual partido?
Ainda não sei. Vou decidir essa questão depois do carnaval. Até lá vou ouvir meus companheiros e principalmente ouvir o povo. Fiz um compromisso comigo mesmo, não irei para nenhum partido que tente sufocar minha rebeldia contra essa profunda desigualdade que vivemos.
Quero liberdade para sonhar e falar o que for preciso, não importa se é contra a GLOBO ou outro poderoso, meu lado profético no sentido de denunciar o que está errado é o que dá sentido a minha vida política, se perder o sonho, a utopia, viro um morto vivo. Disso o Brasil está cheio.
Quer dizer não há plano B?
Não existe. Não estou correndo atrás de um cargo e sim de um sonho. Serei o governador da esperança, da justiça, da paz. Do servidor que foi humilhado, do empresário que foi roubado, do povo que foi trocado por uma Copa do Mundo e uma Olimpíada. Eu avisei, isso aí é para roubar, mas a lavagem cerebral foi enorme, muita gente se iludiu e a gangue dos guardanapos ganhou a eleição. Agora a conversa é outra, ouço de muita gente que de boa fé votou nos bandidos que destruíram nosso ESTADO."O cara falou a verdade e perdeu a eleição, mas o Garotinho tinha razão."
Agora ou vai ou racha.