O presidente Michel Temer ontem estava eufórico, após o ministro Edson Fachin ter negado o pedido de Rodrigo Janot para incluí-lo no inquérito do "quadrilhão". Escapou de mais uma, e como disse em postagem anterior, sabe que ganhou uma sobrevida desde a rejeição pela Câmara da denúncia por corrupção passiva, terá uns dias de calmaria. Só isso explica que o presidente de fala empolada, que já lançou livro de poemas, das mesóclises, tipo "consertá-lo-ei". Diz que está “muito animado, com a alma incendiada”. Talvez tenha lido Machado de Assis que dizia: "Mas que hão de fazer as damas / Com a alma incendiada / Das mesmas secretas flamas / E ao mesmo abismo inclinadas?"
Se bem que Temer deveria ler o conto de Machado de Assis "Teoria do Medalhão", uma crítica à falta de ética, onde um pai ensina o filho a sempre se dispor a agradar os amigos, buscar a publicidade de seus atos, tirar proveito das situações em benefício próprio, mais ou menos como o nosso presidente faz.
Pois enquanto ele vive o seu momento de euforia, os brasileiros se veem num abismo cada vez mais profundo, desanimados, com o bolso vazio e com a cabeça em chamas de tantos problemas para os quais o governo Temer muito contribui.