Não sei se vocês já repararam, mas até agora o presidente da Câmara, Rodrigo Maia não se posicionou publicamente sobre a grave crise política e as acusações que são feitas ao presidente Michel Temer. Já disse aqui que Rodrigo Maia é o candidato preferido das Organizações Globo numa eleição indireta, afinal é considerado mais manipulável. Não foi à toa que na eleição para a presidência da Câmara, após a queda de Eduardo Cunha, até o PT votou nele por considerá-lo um "mal menor", leia-se mais fácil de ser dobrado. Maia participa das conversas com Temer e os ministros palacianos, mas quando sai não dá um pio. Usa o argumento de que como presidente da Câmara tem que ficar neutro. Temer gostaria que ele se posicionasse a seu favor, Rodrigo diz que não pode, mas tem garantido que vai proteger o presidente. Quem o conhece sabe que suas palavras não querem dizer muita coisa, ele dança conforme a música, basta lembrar do caso de Eduardo Cunha, que era uma espécie de mentor na Câmara. Na hora em que viu o barco de Cunha afundar tratou de pular fora de mansinho. Pode fazer o mesmo com Temer a qualquer momento. Ele já arquivou cinco dos oito pedidos de impeachment protocolados na Câmara. Outros três devem ter o mesmo rumo. Mas vem aí o pedido da OAB e dependendo da decisão do STF na quarta-feira, Rodrigo Maia pode aceitá-lo e depois dizer a Temer que não teve outra alternativa. Dizem que já foi orientado pela Globo a ficar na muda para não criar atritos ou polêmicas que dificultem uma eventual eleição - por via indireta - para o lugar de Temer. Como diria Brizola, ele está costeando o alambrado.