Uma pergunta que muitos economistas têm feito, e infelizmente a equipe econômica do governo federal não responde. O Brasil tem hoje US$ 375 bilhões de reservas cambiais. Segundo estudo do Banco Mundial, o país não precisaria de mais US$ 150 bilhões de reservas para enfrentar uma eventual fuga de capitais pela alta dos juros nos Estados Unidos. A pergunta é: por que o país mantém tantas reservas cambiais remuneradas a 1% ao ano e paga sobre a sua dívida interna uma taxa de 14,5% ao ano. Por que não vender parte dessa reservas e abater da dívida interna par diminuir a dependência dos bancos e encolher a relação dívida pública x PIB. Parece loucura você deixar o dinheiro rendendo 1% e pagar 14,5% na outra ponta. Os recentes balanços dos bancos Bradesco e Itaú mostraram a montanha de dinheiro que vem se concentrando na mão desses grupos, enquanto milhares de empregos estão sendo perdidos com fábricas, lojas e outros estabelecimentos fechando país afora. Por que manter esses lucros exorbitantes dos bancos e de um pequeno grupo de rentistas milionários, que vivem da aplicação em títulos públicos do governo?
Se o Brasil quer mesmo se livrar da crise a primeira coisa é botar os bancos a serviço da indústria, do comércio, enfim da sociedade, do país, e não o que acontece hoje, onde todos quebram para os lucros cada vez maiores dessa casta de privilegiados. É desumano, moralmente e politicamente insustentável, cortar dinheiro dinheiro destinado à saúde pública (SUS) para pagar juros. Não há argumento que sustente a atual taxa de juros com o tamanho das atuais reservas que o país possui. Ou acabamos com essa escravidão imposta à sociedade pelos bancos ou não sei, sinceramente, onde vamos parar. A taxa de desemprego vai continuar subindo, a arrecadação dos estados, municípios e do próprio governo federal continuará caindo, e chegará o momento explosivo com reflexos na ordem pública, especialmente nos grandes centros urbanos., Com a palavra o ministro Nelson Barbosa.