Estava marcado para segunda-feira, no Rio de Janeiro, um encontro do senador Aécio Neves (PSDB-MG) com o senador Romário e outros políticos. O objetivo de Aécio era construir mais uma candidatura de oposição ao PMDB, além de Marcelo Crivella (PRB), Marcelo Freixo (PSOL) e Alessandro Molon (Rede), que até alguma eventual mudança de planos são pré-candidatos à Prefeitura do Rio. O plano de Aécio era convencer Romário a ser candidato com o apoio do PSDB, no caso, leia-se com o seu apoio pessoal, afinal os tucanos no Rio de Janeiro são quase inexistentes, dois vereadores na cidade, dois deputados estaduais e um federal. Isso valeu até quinta-feira, até a gravação de Delcídio Amaral ter complicado a vida de Romário.
Conversei há pouco por telefone com um deputado tucano, que não é do Rio de Janeiro, perguntei-lhe se Aécio desistiu de Romário por causa da história da conta na Suíça, que ele dizia não ter, depois se lembrou, mas esqueceu se foi cancelada. A resposta foi de bate-pronto: "Por enquanto Aécio vai manter distância de Romário, pelo menos até que seja comprovado que não há nada irregular. Já bastou a furada do apoio a Eduardo Cunha que causou desgaste ao partido (PSDB) e ao próprio Aécio. Não vale a pena arriscar agora se meter em outra encrenca. Se ficar provado que está tudo certo com Romário no próximo ano pode haver essa conversa". Tem lógica. Aliás, quem acompanha a política não vai acreditar que foi coincidência ou problema de agenda de Aécio o cancelamento do encontro com Romário. Está na cara que Aécio quer se preservar.