A Polícia Federal cumpriu hoje uma série de mandados na quinta fase da operação Over Clean. O irmão do deputado federal Elmar Nascimento foi um dos alvos. O Supremo Tribunal Federal determinou o bloqueio de R$85,7 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas. As cidades alvo foram Campo Formoso, Salvador, Senhor do Bonfim e Mata de São João; todas na Bahia. E também Petrolina, em Pernambuco e Brasília. O ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevsf), Marcelo Moreira, foi alvo de mandado de busca e apreensão. A investigação mira em convênios da instituição e prefeituras onde o deputado federal do União Brasil, Elmar Nascimento, tem base eleitoral. Na verdade, três parentes diretos do deputado foram alvos da operação.

Já foram encontrados dentro de um sapato, na casa do irmão do deputado federal, R$200 mil em dinheiro vivo. O centro da operação Over Clean é uma figura bastante conhecida no mundo político em Brasília e em vários estados Brasil afora. José Marcos de Moura é tratado pelo apelido de “Rei do Lixo", já que uma de suas empresas têm contrato de coleta de lixo em Salvador e em várias cidades da Bahia. Parabéns à CGU (Controladoria Geral da União), à Polícia Federal e ao Supremo Tribunal Federal, que estão conduzindo as investigações. Mas fica uma pergunta: ninguém vai fazer nada contra o “Rei do Lixo” do Rio? Todo mundo sabe quem ele é. Que, assim como o baiano, tem empresas de vários ramos e hoje é um dos nomes mais poderosos junto à cúpula do governo estadual e ao presidente da ALERJ, Rodrigo Bacellar que, aliás, foi seu advogado quando ele esteve preso por criar uma empresa com o nome de um morto e que prestava serviço para diversos órgãos e prefeituras do estado.

É impressionante a proteção criada em torno do “Rei do Lixo” do Rio, mesmo diante das imensas confusões e negociatas praticadas por ele, sua família e seus amigos. Recentemente, ele foi investigado pelo Tribunal Regional Eleitoral porque os seus postos de gasolina forneceram milhões de litros de combustível para a campanha de Cláudio Castro.

Acho que não preciso dizer o seu nome mas se alguém ainda tem dúvida de quem é a figura, suas iniciais são F.T.

O lucro dos donos da Globo no ano de 2024 foi impressionante e segundo a revista Forbes, que faz a lista das famílias mais ricas do mundo, eles ocupam o milésimo lugar do planeta. Agora, além dos meios de comunicação(TV’s, rádios, jornais e sites), Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto Marinho, aproveitando os R$2 bilhões de lucro, resolveram partir definitivamente para outros setores e a família abriu a Globo Ventures. O CEO é Roberto Marinho Neto. São mais de 35 empresas nos mais diferentes setores. Vou listá-las por ordem alfabética:

Alice (plano de saúde)
Alive (plataforma de compra por vídeo)
Arado (compra online de alimentos)
Arena (soluções para criadores de conteúdo)
Bom pra Crédito (fintech de crédito)
Buzzer (empresas com passagens rodoviárias mais baratas)
Cayena (fornecedores para restaurantes)
Em Casa (venda de imóveis)
Enjoei (e-commerce de roupas e acessórios usados)
Familhão (clube de assinaturas com sorteios e benefícios)
Franq (contratação de produtos financeiros)
Gabriel (empresa de monitoramento de segurança)
Galena (IA que indica cursos de aprimoramento a profissionais de mercado)
Hashdex (venda de ativos digitais como criptomoedas)
Idwall (segurança cibernética para sites e outras plataformas online)
Ingresse (plataforma de venda de ingressos para shows e outros eventos)
Kovi (locadora de veículos)
LivUp (venda de alimentação congelada)
Loja do Mecânico (comercialização de peças para conserto de carros)
Luzia (inteligência artificial que ajuda nos estudos)
Nerama (investidora e impulsionadora de negócios)
Nômade (banco online / serviços financeiros)
Olist (serviços para facilitar a vida do empreendedor)
Orama (corretora digital de investimentos)
Player 1 (serviços para gamers)
Petlove (rede de lojas de produtos para animais de estimação)
Proz (plataforma de cursos)
5º Andar (venda e aluguel de imóveis)
Rappi (plataforma latino americana de entregas)
Sooper / Tul (venda de produtos para reforma e manutenção)
Stone (serviços financeiros)
Tech Fit (app de autocuidado e dieta)
Ume (soluções de crédito)
Winnim (monitoramento do comportamento do consumidor)
Zippi (serviço de crédito)

O patrimônio dos três membros da família Marinho cresceu, em um ano, R$16 bilhões, segundo a revista Forbes. Ainda de acordo com a revista mais influente do mundo, os três irmãos têm uma fortuna acumulada de R$51 bilhões.

Bem, vocês devem estar pensando: o que essa notícia tem de importante para a minha vida? Eu quero te dizer que tudo, afinal, o Brasil não consegue aprovar um imposto sobre as grandes fortunas que poderia perfeitamente resolver boa parte dos problemas do povo brasileiro. Para que vocês tenham uma ideia, só as cinco famílias mais ricas do Brasil juntas possuem uma riqueza acumulada de R$303 bilhões. Ao lado dos Marinho, estão as famílias Safra (setor financeiro, entre outros), Moreira Salles (Banco Itaú / Unibanco e Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração - CBMM), Feffer (Grupo Suzano, segunda maior produtora global de celulose) e Batista (controladora da JBS).

Entenderam agora o que é concentração de renda?

Não custa lembrar que o patrimônio e a riqueza da família Marinho cresceu muito nos quase 20 anos do governo petista.

Na última terça-feira mostrei a irresponsabilidade de Cláudio Castro e Bacellar. Combinaram de demitir Washington Reis na volta de sua viagem e Bacellar vazou a notícia antes. O governador negou o fato, Bacellar então assumiu o cargo e cumpriu o combinado, demitiu o secretário. Traição dos dois. Revelei o recado de Bolsonaro a Rodrigo Bacellar em Buzios, dado por seu filho Flávio e o compromisso de Claudio Castro em renomear Washington Reis ao governo. CASTRO mais uma vez descumpriu, diante da ameaça de sua base de tirá-lo do cargo e Bacellar assumir logo o Governo do Estado. Foram fatos, não versões.

Ontem, mais um capítulo. Bolsonaro rompeu com o Governador e Bacellar. O jogo não terminou e teremos fatos graves nos próximos dias. A maioria jamais admite: há um limite para a lealdade, e ela se rompe quando a verdade é traída. 0 homem livre não está preso à sentimentos, está comprometido com a clareza, não se curva por afinidades, nem se cala por conveniência. Foi o que fiz ao divulgar todos os fatos e ser criticado até por familiares e amigos, mas isso chama coerência. É difícil, mas é nesse gesto que o conhecimento se diferencia da conveniência, e só cresce quem tem coragem de decepcionar quem o ama. Como dizia Sêneca, "um amigo leal é aquele que ousa te ferir pela sua melhora". A verdade é impessoal, ela não deve favores, não faz concessões. Não se trata de "brigar com todo mundo" mas de estar disposto a confrontar se for preciso, como fiz na época com Cabral e agora com Castro. Só assim o caráter permanece limpo.

O pensamento crítico é o exercício constante de se separar do consenso. E isso inclui romper com o calor morno de amizades, quando elas impedem sua integridade intelectual.

O que a maioria chama de acordo politico é só um pacto de silêncio, uma associação para manter as máscaras no mesmo lugar. Não sou assim, não serei assim, mesmo que isso me custe caro, como tem sido até hoje.

O nosso Estado está dominado por políticos bandidos e quem o ama tem o dever moral de enfrentá-los.

A decisão de não reintegrar o ex-secretário de Transportes, Washington Reis (MDB), vai custar caro ao governador Cláudio Castro (PL). O senador Flávio Bolsonaro foi buscar orientação de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, sobre como deveria proceder. Afinal, ele é o “dono da franquia” e tem a palavra final no clã.

Nos últimos dias, Flávio tentou manter a unidade do grupo, pedindo a Cláudio que desfizesse a exoneração, de forma alinhada com o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), Rodrigo Bacellar (União). A ideia seria uma espécie de mea-culpa pública de ambos e que o jogo seguisse.

Jair Bolsonaro deu o seu veredito, curto e grosso, como de praxe:

“Não vou apoiar Cláudio Castro para o Senado, nem Bacellar para o governo. Pode avisar lá. Vou esperar as coisas acontecerem e decidir com calma o que vamos fazer no Rio em 2026”.

Dias antes, o ex-presidente chegou a falar com Cláudio ao telefone. Disse que gostava de Washington, dando a entender que não gostaria de constranger um aliado forte, com mais de 60% de aprovação no município de Duque de Caxias, o segundo maior colégio eleitoral do estado.

‘Decisão muito difícil’, diz Flávio Bolsonaro

Flávio lamentou o que disse ter sido uma decisão muito difícil:

“Já será uma eleição difícil, não podemos abrir mão de lideranças importantes, ainda mais jogá-las no colo do adversário que será palanque de Lula no estado. Preciso digerir isso tudo”.

Perguntado se procuraria Cláudio ou Bacellar para conversar, também foi direto:

“Não quero falar com ninguém agora. Cláudio me disse que o decreto para voltar o Washington estava pronto e que resolveria amigavelmente com Bacellar. Não fui consultado sobre como seria o desfecho, fiquei sabendo do resultado pela imprensa."

Se Jair Bolsonaro ou seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, comparecer no lançamento da pré-candidatura de Washington Reis a governador do Estado, a situação de Cláudio Castro ficará ainda pior do que já está. Com a popularidade em baixa, Cláudio Castro não é uma grande atração em palanque de candidato nenhum, tem apenas a máquina do estado em suas mãos e, no momento, esta máquina não tem dinheiro para trabalhar como na eleição passada, onde foram torrados os bilhões da venda da CEDAE.

Ficará também bastante desconfortável, para não dizer insustentável, a candidatura de Rodrigo Bacellar.

Não sendo o candidato apoiado pela direita nem pela esquerda, será candidato de quem? Dos deputados que o apoiam na Alerj?

Na minha participação ontem no programa de Edmar Ptak cobrei dos deputados estaduais de Campos um posicionamento contra a covardia que vem sendo feita pelo Governo do Estado ao retirar verbas da Saúde para o atendimento à população da cidade.

Washington Reis será renomeado ainda hoje em edição extra do Diário Oficial do Estado. Ele ainda não sabe, mas a decisão do governador já está tomada e a causa principal foi a pressão feita pela família Bolsonaro.

Na avaliação de um seguidor fiel de Rodrigo Bacellar, o mesmo vem tomando medidas para tornar a sua candidatura inviável após receber uma pesquisa onde aparece com apenas 4%. Agora, o objetivo do presidente da Alerj é outro: jogar todas as suas fichas para ocupar a vaga do conselheiro Graciosa, no TCE. Há duas semanas, a esposa do conselheiro entrou no STJ com o pedido de trancamento da ação onde ela é acusada de lavagem de dinheiro supostamente desviado por seu marido no TCE. A vitória é dada como certa. A ação será trancada e logo em seguida Graciosa pedirá a extensão da decisão para si próprio e, logo após, a aposentadoria do tribunal abrindo a vaga para Rodrigo Bacellar. Mas há problemas no caminho. Vamos a eles: isso tudo precisa acontecer antes do julgamento pelo TSE no caso CEPERJ, que deve ocorrer assim que o tribunal retornar do recesso. A condenação do governador e do presidente da ALERJ é dada como certa. Sendo condenados, não poderão ocupar a vaga no tribunal, que não pode ser preenchida por pessoas que sejam condenadas por improbidade administrativa e perda dos direitos políticos. Há ainda um outro problema, esse talvez o mais delicado. Cláudio Castro, na mesma pesquisa que mostrou os minguados 4% de Rodrigo Bacellar, apresenta uma rejeição na cidade do Rio de quase 70% tornando inviável a sua renúncia para disputar o Senado, sobrando apenas a possibilidade de ser deputado federal ou permanecer no cargo até o fim.

Há ainda uma outra confusão: a Assembléia indica a pessoa que será nomeada pelo governador, que é quem dá a palavra final. E se Cláudio Castro também quiser ir para o tribunal disputando a mesma vaga de Rodrigo Bacellar? Um indica e o outro não nomeia…

Nos corredores dos tribunais superiores em Brasília só há uma certeza: teremos eleições ainda este ano para governador do Estado do Rio de Janeiro em um mandato tampão de aproximadamente um ano, a menos que consigam, no Supremo, a suspensão temporária da decisão do TSE.